Sem dúvida alguma, o entendimento sobre o lazer é fundamental na tentativa de compreender suas várias manifestações ao longo dos tempos, espaços e contextos.
Nesse sentido, o lazer compõe uma esfera da vida cotidiana que atravessa, na mesma moeda, um lado oposto do trabalho. Isto é, em sua construção, o lazer se originou a partir de reivindicações de operários que exerciam seu trabalho em muitas horas de trabalho. A partir do momento em que este grupo condicionou o tempo de trabalho, o que seria feito no “tempo livre”?
É dentro desse contexto que o lazer surge e pode ser visto como uma das principais inovações da sociedade moderna. Diferente do ócio (termo, também, em espanhol), o lazer é algo praticado por todas as pessoas em certos períodos e em lugares específicos. No entanto, ele é realizado de maneiras diferentes, dependendo da classe social em que uma pessoa ou um grupo de pessoas está inserido.
Por um lado, muitas pessoas acreditam que realizar alguma prática corporal (como corrida, caminhada, passeio de bicicleta, jogar futebol/vôlei/beach tennis/Slackline, entre outros), algumas atividades lúdicas ou turísticas, por exemplo, são sinônimas de “luxo”. No entanto, diversas – foram e ainda são – as pesquisas e definições que compreendem o lazer como um dos itens primordiais de vida com qualidade.
No Brasil, o lazer foi contemplado como direito social a partir do Art. 6º da Constituição Federal de 1988, embora sua garantia como direito seja algo ainda longe da realidade de grande parte dos brasileiros. A Declaração dos Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela Organização das Nações Unidas, reconhece em seus Artigos 24º e 27º, a importância da ocorrência do lazer para o direito de cidadania e como elemento fundamental para o desenvolvimento pessoal e social.
Já a “vida com qualidade”, a partir do lazer, vai em direção da promoção de saúde, em seu conceito ampliado. Essa consideração ampliada de saúde, aqui definida, é uma condição influenciada por aspectos biológicos, psicológicos, sociais e ambientais, capazes de atuar sobre fatores determinantes e condicionantes do estado de saúde de um indivíduo.
Algumas pesquisas já desenvolvidas evidenciam que as práticas de lazer aumentam a longevidade; reduzem o risco de doenças mentais, como a depressão, a ansiedade, a esquizofrenia, o Alzheimer, a insônia, entre outras; diminuem problemas respiratórios, o estresse/cansaço físico, além de diminuir o risco de doenças cardíacas.
Esses dados e outros que colaboram com essa matéria – mais explanados –, podem ser acessados clicando aqui.
Vinícius Cardoso é mestre em Educação Física pela Universidade Federal de Goiás.
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