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Rafael do Valle fala sobre “Remando para o Ouro”, novo filme do Prime Video

Inspirado em eventos reais, filme conta a história da equipe de remo americana que conquistou o ouro nos Jogos Olímpicos de Berlim em 1936.

Publicado em 05/04/2024 às 15:49

Rafael do Valle (Foto: Acervo pessoal)

Quem acompanha filmes hollywoodianos já deve ter percebido que o remo é um esporte bem comum nas universidades dos Estados Unidos. Se você entra em São Paulo pela Marginal Pinheiros, verá ao lado direito a Raia Olímpica da Universidade de São Paulo, onde o esporte é praticado. Mas, no geral, o remo não é muito comum aqui no Brasil. As equipes universitárias que se destacam avançam para campeonatos de nível internacional, como as Olimpiadas. É o caso de uma equipe de remo da Universidade de Washington, cuja história inspiradora é contada em “Remando para o Ouro” (dir. George Clooney, 2023), filme original do Prime Video que acaba de estrear no streaming.

Na década de 1930, os Estados Unidos enfrentavam a Grande Depressão, iniciada com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929. Essa crise econômica teria efeitos por todo o mundo, como a Crise do Café aqui no Brasil. Milhares de americanos perderam seus empregos e passaram a viver em condições miseráveis. A família de Joe Rantz (Callum Turner) foi uma das afetadas pela crise. Desempregado, o pai de Joe abandonou a família para procurar emprego em outro estado. Então com 14 anos, Joe teve de aprender a se virar e cuidar da casa. Mesmo passando necessidades, ele nunca abandonou os estudos, ingressando anos depois na Universidade de Washington para se tornar um engenheiro. Só que a dificuldade de encontrar um emprego começou a ameaçar a sua permanência na universidade. A grande oportunidade apareceria inesperadamente um dia: a equipe de remo da própria Universidade de Washington estava recrutando jovens para formar uma turma de iniciantes, e ofereceriam salário mais moradia. Centenas de jovens de candidataram, mas só oito foram escolhidos, incluindo Joe.


Os oito atletas remando para o a vitória nas Olimpiadas. (Foto: Divulgação/Prime Video)

Boa parte desses jovens selecionados viviam condições semelhantes às de Joe, por isso eles dariam o sangue para continuar na equipe. O primeiro desafio que eles enfrentariam seria na universidade, enfrentando os remadores veteranos. Pelo bom desempenho, os novatos avançariam para a competição de nível nacional. Agora, a coisa ficaria difícil, porque eles enfrentariam os atletas da Ivy League, que compreende as melhores — e mais caras — universidades dos Estados Unidos. Os pobres coitados da Universidade de Washington, que pelo menos na época não era tão prestigiada, acabariam vencendo os ricos de Harvard e companhia. Com essa vitória, eles representariam os Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, período em que a Alemanha estava sob o regime nazista.

“Remando para o Ouro”, dirigido pelo galã dos cinemas George Clooney, conta a inspiradora história de oito jovens que vieram do nada e alcançaram os mais altos níveis do esporte. A frase repetida no filme “Não éramos oito, éramos um só” sintetiza o espírito de equipe e camaradagem que os movia. Para que o barco navegue com fluidez e estabilidade, é preciso que a equipe reme em sincronia, como se fosse um único organismo. Somado a isso, eles compartilhavam do mesmo desejo de vencer na vida, que é o que lhes dava força para remar. O filme consegue ainda nos transportar para os anos 30, quando as transmissões esportivas eram feitas por rádio e a televisão ainda estava nascendo. É interessante observar como as pessoas acompanhavam os grandes eventos esportivos naquela época, até mesmo sentadas na plateia. E o que dizer dos juízes então? Sem câmeras filmando tudo, eles ficavam em carrinhos que corriam pelos trilhos do trem. Em casos acirrados, a fotografia ajudar a julgar o vencedor.

Assista ao trailer do filme:



Rafael do Valle, doutorando em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos.

📧 E-mail: rafaellopesdovalle@gmail.com


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